segunda-feira, 31 de outubro de 2016

PENSAMENTOS - POR NUBOR ORLANDO FACURE

Não estranhe se o seu pensamento muda sobre tal coisa, sobre tal pessoa ou sobre tal acontecimento.
William James nos ensinou que quem está de fato mudando sempre é a sua pessoa.


Minhas memórias me afetam sem que eu perceba e me buscam sem que eu as chame
O próprio homem permitiu que outro homem julgasse os seus atos. Desde então conhecemos a injustiça.





Todo mundo quer ser doutor mas, tem hora que o carteiro faz mais falta que um médico
As crises econômicas são mais comprometidas com a abundância que na solução das carências
Relembrar com o cérebro é recontar uma nova versão da história. Relembrar com a Alma é viver de novo a mesma história outra vez.






A ansiedade nasce da espera, a vida sem Deus não ocorre.
O coração começa a bater 21 dias depois da fecundação. Nesse momento a mãe já sabe que está grávida. Isso significa que já há neurônios funcionando espontaneamente nesse dia.



Eu sei que o custo é alto mas na Medicina é preciso errar para aprender. Porque a omissão de não fazer é pior.
A morte não é ponto final do movimento divino é sua transformação
Só tem medo do futuro quem pensa que o passado vai voltar
O sonho é uma história inacabada que a vida nos pede para solucionar
O gene aponta o corpo apronta.




Meu maior mistério...Sofrer mudança todo dia e permanecer o mesmo.




Nubor Orlando Facure, médico, neurologista, espírita, escritor, palestrante, amigo pessoal e médico de Chico Xavier, viveu o milagre de Uberaba, um dos grandes colaboradores deste blog a mais de 4 anos, recebe e-mail no lfacure@uol.com.br

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

JÓIAS DEVOLVIDAS - POR RICHARD SIMONETTI




Existe uma palavra-chave para enfrentarmos com serenidade e equilíbrio a morte de um ente querido: submissão.
Ela exprime a disposição de aceitar o inevitável, considerando que, acima dos desejos humanos, prevalece a vontade soberana de Deus, que nos oferece a experiência da morte em favor do aprimoramento de nossa vida.
A esse propósito, oportuno recordar antiga história oriental sobre um rabi, pregador religioso judeu que vivia muito feliz com sua virtuosa esposa e dois filhos admiráveis, rapazes inteligentes e ativos, amorosos e disciplinados.
Por força de suas atividades, certa vez o rabi se ausentou por vários dias, em longa viagem. Nesse ínterim, um grave acidente provocou a morte dos dois moços.
Podemos imaginar a dor daquela mãe!... Não obstante, era uma mulher forte. Apoiada na fé e na inabalável confiança em Deus, suportou valorosamente o impacto. Sua preocupação maior era o marido. Como transmitir-lhe a terrível notícia?!... Temia que uma comoção forte tivesse funestas consequências, porquanto ele era portador de perigosa insuficiência cardíaca. Orou muito, implorando a Deus uma inspiração. O Senhor não a deixou sem resposta...




Passados alguns dias o rabi retornou ao lar. Chegou à tarde, cansado após longa viagem, mas muito feliz. Abraçou carinhosamente a esposa e foi logo perguntando pelos filhos...
− Não se preocupe, meu querido. Eles virão depois. Vá banhar-se, enquanto preparo o lanche.
Pouco depois, sentados à mesa, permutavam comentários do cotidiano, naquele doce enlevo de cônjuges amorosos, após breve separação.
− E os meninos? Estão demorando!...
− Deixe os filhos... Quero que você me ajude a resolver grave problema...
− O que aconteceu? Notei que você está abatida!... Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus!...

− Quando você viajou, um amigo nosso me procurou e confiou à minha guarda duas joias de incalculável valor. São extraordinariamente preciosas! Nunca vi nada igual! O problema é que ele virá buscá-las e não estou com disposição para devolvê-las.
− Que é isso, mulher! Estou estranhando seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!...
− É que jamais vira joias assim. São divinas, maravilhosas!...
− Mas não lhe pertencem...
− Não consigo aceitar a perspectiva de perdê-las!...
− Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo!
− Ajude-me!...
− Claro que o farei. Iremos juntos devolvê-las, hoje mesmo!
− Pois bem, meu querido, seja feita sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade, isso já foi feito. As joias eram nossos filhos. Deus, que os concedeu por empréstimo à nossa guarda, veio buscá-los!...

O rabi compreendeu a mensagem e, embora experimentando a angústia que aquela separação lhe impunha, superou reações mais fortes, passíveis de prejudicá-lo.
Marido e mulher se abraçaram emocionados, misturando lágrimas que se derramavam por suas faces mansamente, sem burburinhos de revolta ou desespero, e pronunciaram, em uníssono, as santas palavras de Jó:
“Deus deu, Deus tirou. Bendito seja o Seu santo nome!”


Richard Simonetti, 81, espírita, escritor, dirigente, divulgador da doutrina espírita há mais de 60 anos, tem páginas no You Tube, Facebook, e sites, é colaborador deste blog semanalmente, e recebe e-mails pelo Richardsimonetti@uol.com.br



sábado, 22 de outubro de 2016

VIDAS PASSADAS E A EPIGENÉTICA - PELO DR.NUBOR ORLANDO FACURE



O conceito de epigenética permitiu a compreensão de fenômenos interessantes sobre nossas heranças de uma geração para outra e de mudanças nos nossos atuais fenótipos
Ao fazermos determinadas escolhas que afetam nossos comportamentos estaremos produzindo mudanças nos nossos genes
Por outro lado, ao produzirmos mudanças no meio ambiente, pagamos o preço que essas mudanças fazem em nós


Essas mudanças que forçamos ocorrer a partir de nossas escolhas vão refletir de alguma maneira nas gerações futuras
Aceitando o postulado da reencarnação, que a Ciência vem acumulando evidências cada vez mais bem fundamentadas, podemos perguntar qual a consequência no nosso patrimônio genético daqueles comportamentos que aprendemos, desenvolvemos e cristalizamos em vidas passadas?


As experiências em múltiplas vidas fixam características de comportamentos específicos que na vida atual se manifestam como tendências inatas. que, de um momento para outro, podemos perceber em todos nós.


Lição de casa:


A vida é um eterno construir e reconstruir, recapitulando lições e até mesmo repetindo erros do passado, mas, dando oportunidade para acumularmos experiências proveitosas e principalmente produzirmos mudanças permanentes em nosso material genético
Isso tem enorme importância no cérebro - são os genes que constroem nossas sinápses
Podemos poeticamente afirmar que nossas atitudes de hoje, de certa forma, podem reescrever nosso passado que teima em nos dominar nos dias do presente. Ao menos tempo que ele nos impõe comportamentos impróprios, as mudanças de atitudes hoje, construirão um futuro renovado.






Nota do Editor:

Epigenética é um termo usado na biologia para se referir a características de organismos unicelulares e multicelulares (como as modificações de cromatina e DNA) que são estáveis ao longo de diversas divisões celulares mas que não envolvem mudanças na sequência de DNA do organismo.



Nubor Orlando Facure, Dr, 76 anos, Neurologista, espírita, escritor, palestrante, um dos maiores divulgadores da Doutrina Espírita, ex diretor da Unicamp foi o primeiro numa conferência para médicos e alunos a falar de Espiritismo, durante 50 anos foi amigo e um dos médicos de Chico Xavier, esteve na base do Movimento Espírita, viveu o milagre de Uberaba, é um dos maiores estudiosos e conhecedor da mente Humana, hoje é presidnte do Instituto do Cérebro, em Campinas, São Paulo, tem sua página no Facebook com seu nome, e recebe e-mails pelo lfacure@uol.com.br - é colocaborador deste blog.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

CHEGOU A HORA ? - POR RICHARD SIMONETTI




“Só peru morre na véspera!” − diz o adágio popular,  referência ao fato de que ninguém falece antes que chegue seu dia.
Ocorre o contrário. Poucos cumprem integralmente o tempo que lhes foi concedido. Com raras exceções, o ser humano atravessa a existência pressionando a máquina física, a comprometer sua estabilidade.


Destruímos o corpo de fora para dentro com os vícios, a intemperança, a indisciplina... O álcool, o fumo, o tóxico, os excessos alimentares, tanto quanto a ausência de exercícios, de cuidados de higiene e de repouso adequado minam a resistência orgânica ao longo dos anos, abreviando a existência.
Destruímos o corpo de dentro para fora com o cultivo de pensamentos negativos, ideias infelizes, sentimentos maus – ciúme, inveja, pessimismo, ódio, rancor, revolta... Há indivíduos tão habituados a reagir com irritação e agressividade, sempre que contrariados, que um dia “implodem” o coração em enfarte fulminante. Outros “afogam” o sistema imunológico num dilúvio de mágoas e ressentimentos, depressões e angústias, favorecendo a evolução de tumores cancerígenos.


Tais circunstâncias fatalmente implicarão em problemas de adaptação, como ocorre com os suicidas. Embora a situação dos que desencarnam prematuramente em virtude de intemperança mental e física, seja menos constrangedora, já que não pretendiam a morte, ainda assim responderão pelos prejuízos causados à máquina física, que repercutirão no perispírito, impondo-lhes penosas impressões.
Como sempre, tais desajustes refletir-se-ão no novo corpo, quando tornarem à experiência reencarnatória, originando deficiências e males variados que atuarão por indispensáveis recursos de reajuste.


Não somos proprietários de nosso corpo. Usamo-lo em caráter precário, como alguém que alugasse um automóvel para longa viagem. Há um programa a ser observado, incluindo roteiro, percurso, duração, manutenção. Se abusamos dele, acelerando-o com indisciplinas e tensões, envenenando-o com vícios, esquecendo os lubrificantes do otimismo e do bom ânimo, fatalmente ver-nos-emos às voltas com graves problemas mecânicos. Além de interromper a viagem, prejudicando o que fora planejado, seremos chamados a prestar contas dos danos provocados num veículo que não é nosso.
No futuro, em nova “viagem”, provavelmente teremos um “calhambeque” com limitações variadas, a exigir maior soma de cuidados, impondo-nos benéficas disciplinas.



 Richard Simonetti, 81, escritor, espírita, palestrante, dirigente, é um dos maiores divulgadores da Doutrina Espírita no Brasil, fez milhares de palestras fora do Brasil sobre o tema, tem páginas no You Tube, Internet em seus sites, e página no Facebook, é colaborador deste blog semanalmente.

sábado, 15 de outubro de 2016

CONFLITOS DE JESUS, KARDEC E CHICO XAVIER - POR DAVID CHINAGLIA


Estimados amigos de ideal espírita, voltamos a escrever hoje sobre um tema atual, baseado em fatos reais, na história de Jesus, nas Biografias de Chico Xavier e Kardec, e em relatos de amigos pessoais de Chico Xavier que tenho o prazer de me relacionar até hoje.

Conflitos, todos nós seres humanos temos, natural que retornemos há 2016 anos atrás e analisemos fatos, escritos dos que tiveram com o rabi seus dias, e suas dúvidas também.

Que Conflitos teria tido Jesus? eu respondo ao analisar os segredos revelados no evangelho muitos, seu conflito interno em saber se o que vinha fazendo antes mesmo de seu ano 30 era o certo, já que muita gente já não o ouvia., a igreja omite a vida de Jesus em sua viagem a Índia, alguns historiadores falam que ele chegou a ir quando jovem ao Japão, um viajante durante cerca de 09 anos, antes de começar suas observações e jornada.

Tiago um evangelho esquecido tinha visões politicas de aproveitar a popularidade de Jesus naqueles tempos de tortura quando o império Romano dominava e escravizava os Judeus.

Jesus tinha conflitos, tanto Tiago como Judas o traidor se é que foi um traidor mesmo, queriam que Jesus lutasse, Jesus achava certo sobretudo as ideias de Tiago que sempre foram as deles, porém não queria participar de derramamento de sangue, e não queria fazer politica nem liderar nada, Jesus teve sim nestes episódios de muitos conflitos, com esta questão, tanto quanto a participação de Maria Madalena dentro do agrupamento de seguidores o que ele a ter conflitos pessoais porque os homens tinham tanta dificuldade em aceitar Madalena como uma seguidora capaz de liderar também.

Teve em Bethânia quando Pedro disse a ele, 'SENHOR PARTIR PODE SER UM CAMINHO MAIS FÁCIL ANTES DA PÁSCOA, e Jesus na calada daquela noite antes da viagem a Jerusalém teve duvidas se Pedro tinha razão assim como Maria Madalena que não queria parar para a Páscoa, alguns dos temores do mestre amigo ocorreram, preso, caçado, julgado, morto quando ainda tinha muito a dar para a ideia que deixava.




Claro dizer que se Jesus enfrentou seus conflitos e procurou resolver, Allan Kardec os teve também, Rivail relutava em manter seu nome a frente da obra da codificação, houve conflito dele pessoal com isto, a solução de um editor amigo seu e de sua esposa nem sempre foi por ele bem aceito.

Rivail assinava livros da educação e cultura da França, métodos de estudo e aprendizado, e magnetismo, seria conflitante com a doutrina espírita que teria certamente adversários religiosos sobretudo católicos.

Na famosa viagem de 1862, Kardec queria que sua esposa o acompanhasse algo que ela se negou em uma parte da jornada ele chega a lhe escrever da Bélgica pedindo seu encontro a ele, e mesmo assim Amélie não foi, o que fez o codificador ter conflitos com sua relação.

Muitos pesquisadores falam dos conflitos de Kardec conforme as descobertas que ele fez, inclusive na obra maior ele omitiu várias respostas e perguntas feitas, as quais usaria na Revista Espirita usando de um outro texto, para Kardec, muitas esperanças e anúncios não poderiam ser levado a todos.

Seu maior conflito foi o mesmo de Chico Xavier, parar e cuidar da saúde, aqui um ponto, no caso de Chico tanto no problema ótico como na próstata ele somente operou quando as lesões eram maiores e colocavam sua vida em risco, já Kardec não parou para o descanso nem o tratamento das fortes dores de cabeça que culminaram com sua morte por aneurisma.
                                    (Herculano Pires, Waldo Viera e Chico Xavier)


Chico Xavier, teve muitos conflitos, primeiro com sua posição católica, ele desejava que os padres de sua igreja aceitassem sua fala com um espírito, algo que nunca ocorreu, mesmo se dizendo espírita manteve em sua vida crenças católicas como o terço, rezar a ave maria, prece de louvação.
Chico teve muitos conflitos com seu pai, posicionamento sobre as questões financeiras, com seu primo Altair, que chegou a dar uma entrevista para o jornal O Globo falando que Chico lera todos os livros dos autores que disse ter recebido e isto sempre o conflitou, fazer o bem, e a questão financeira.

Os relatos sobre sua vaidade iam além da peruca, vaidoso procurava se controlar, porém fotografias sempre o fascinaram o que levou o médium a ser observado por seus mentores.

Chico viveu um grande conflito em Londres e em Paris, convidado a ficar na Europa, ao lado de Waldo Vieira chegou a decidir por ficar na Europa, a Federação Espírita, naquele tempo, deu a Waldo Viera que tinha forte ascensão a ele, a ordem de mante-lo no Brasil, e assim Chico retornou, e desistiu da ideia de morar em Londres e em Paris.

Seu maior dilema no entanto foi num dos encontros com J.Herculano Pires, amigo de Chico, pedia seguidas retratações aos relatos de André Luiz, e do próprio Emmanuel, Chico tinha dificuldade em aceitar ordens deste tipo, sobretudo a questão maior dos estudos.



Chico Xavier certa madrugada ao lado de seus mais diretos seguidores e auxiliares, cerca de seis a oito pessoas, disse : "A fila dá volta no quarteirão, vejo muito dor, muito sofrimento, eles vem buscar ajuda, alguns alimentação, como posso parar e falar de estudos, de obras, eu preciso socorre-los, e depois orienta-los.

O maior conflito de Chico era que exatamente nos cursos de quintas feiras dia que ele e seu agrupamento faziam estudos, o número de pessoas e seguidores caia pela metade, o que o povo queria era ajuda, eram milagres, era cartas com os mortos, neste momento ele resolveu não impor os estudos, deixando nas mãos dos espíritos o caminho certo a seguir.

Ele no entanto ao contrario do que pregam muitos, lia sempre as obras básicas de Allan Kardec, inclusive desde o final dos anos 60 Chico Xavier na prática do Evangelho no lar, determinou a leitura de uma ou duas perguntas de o Livro Dos Espíritos, como aprendizado e reflexão.

Na sua saúde sempre protelou cuidados, porém toda vez que ficou ruim, buscou ajuda médica, e isto as vezes o conflitava com as ordens de Emmanuel, que muitas vezes era duro demais com o médium.

Conflitos, dúvidas, questionamentos, todos nós temos, uma coisa em comum desde os relatos de Jesus, Kardec e Chico Xavier, o que importa a todos nós é não perder a fé, pois nos conflitos, exatamente na perda ou ausência do endereço de Deus, todos somos afetados.
Jesus era um homem normal com conflitos normal diferente do que construiu os concílios da Igreja, Kardec também jamais pensou ser o codificador ou o escolhido, entrou na jornada espírita, na verdade primeiro para tirar a mistificação e as mentiras que envolviam as mesas girantes, e acabou descobrindo o maior segredo da humanidade.

Chico Xavier não esperava ir tão longe, marcou sua vida pela fé, caridade, e doação em aliviar a vida do próximo.

O importante no entanto é assim como os três aqui citados, jamais perder nosso foco em Deus, e que através da caridade, da instrução, do conhecimento, poderemos ter uma vida que tenha sim conflitos, mas tenha também uma base até para o dia que cheguemos a fronteira final e retornemos para cá, nosso planeta de aprendizado.





David Chinaglia, 58, espírita, pesquisador, palestrante e escritor, divulgador da Doutrina Espírita de acordo a codificação de Allan Kardec, é editor deste blog, debate a Doutrina no Facebool, Twitter, e-mail davidchinaglia@gmail.com

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CREMAÇÃO - POR RICHARD SIMONETTI




O medo de ser enterrado vivo induz muita gente a cogitar da própria cremação. Queima-se o cadáver evitando o problema. Mas há uma dúvida que inspira a pergunta mais frequente nas palestras sobre a morte:
− Se no ato crematório eu ainda estiver preso ao corpo, o que acontecerá?


Nessas oportunidades, costumo dizer:
− Bem, no interior do forno a temperatura atinge mil e quatrocentos graus centígrados. Considerando que a água ferve a cem graus, podemos imaginar o que é isso. Fica tão quente que o próprio cadáver entra em combustão. Então, em meio às labaredas, se o falecido estiver imbuído de concepções teológicas medievais, imaginará, horrorizado: “Meu Deus! Estou no inferno!”

Trata-se, evidentemente, de uma brincadeira para descontrair os presentes, ante tema tão fúnebre. Qualquer pessoa esclarecida, de qualquer religião, sabe que o Inferno de fogo, onde as almas ardem, em tormentos eternos, sem se consumirem, é uma fantasia desenvolvida em tempos recuados, quando os princípios religiosos se impunham muito mais pelo medo do que pela lógica. Sabemos hoje que Céu ou Inferno não são locais geográficos. Existem na intimidade de cada um, em decorrência de nossas ações.


Objetivamente poderíamos responder à pergunta informando que se o Espírito estiver ligado ao corpo não sofrerá dores, porque o cadáver não transmite sensações ao Espírito, mas obviamente experimentará impressões extremamente desagradáveis, além do trauma decorrente de um desligamento violento e extemporâneo. Oportuno destacar algumas considerações de Emmanuel, no livro O Consolador, psicografia de Francisco Cândido Xavier:
“Na cremação, faz-se mister exercer a piedade com os cadáveres, procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo, onde se extinguiu o “tônus vital”, nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material.”


O próprio Chico, em entrevista na extinta televisão Tupi, em 1971, transmite nova informação de Emmanuel: “Deve-se esperar pelo menos setenta e duas horas para a cremação, tempo suficiente para o desligamento, ressalvadas as exceções envolvendo suicidas ou pessoas muito presas aos vícios e aos interesses humanos”.
Nos fornos crematórios de São Paulo, espera-se o prazo legal de vinte e quatro horas. Não obstante, o regulamento permite que o cadáver permaneça em câmara frigorífica pelo tempo que a família desejar. Espíritas costumam pedir três dias. Há quem peça sete dias.

Importante reconhecer, todavia, que muito mais importante do que semelhantes cuidados seria cultivarmos uma existência equilibrada, marcada pelo esforço de renovação e de prática do Bem, a fim de que, em qualquer circunstância de nossa morte, libertemo-nos prontamente, sem traumas, sem preocupação com o destino de nosso corpo.


Richard Simonetti, 81, espírita, escritor, palestrante, divulgador e dirigente da Doutrina Espírita, viajou o Mundo falando da codificação de Kardec e sobre o Espiritismo, tem canais no You Tube, sites, páginas na internet, no Facebook tem sua página Richard Simonetti, é colaborador semanalmente deste blog.

sábado, 8 de outubro de 2016

SOB O OLHAR DE JESUS - POR NUBOR ORLANDO FACURE


Nos jornais da cidade as manchetes noticiam com destaque: Na página das “autoridades”: Figuras ilustres da sociedade, gente com destaque na política são agraciadas com homenagens e reconhecimento de nobreza.



No caderno de “modas”: A beleza feminina é estampada em fotos que reúnem jovens desfilando alegria e jovialidade, deslumbrando plateias e provocando aplausos. No caderno de “Ciências”: O velho orgulho acadêmico de uns se sobressai sobre outros revelando conhecimento enciclopédico, mostrando o poder e a vaidade nas publicações de difícil leitura Diante de Jesus, porém, o panorama é outro. Desfilam, buscando o seu olhar, aquela gente humilde que a Misericórdia Divina busca amparar: 



Tadeu, o velho alfaiate que não desgruda de Jovita, a esposa querida, que sofre agora do mal de Alzheimer. Já se vão anos que Jovita vem exigindo banho, exercícios, comida, remédios e visita ao médico. Dona Alzira, velha costureira, que abriga o neto de 12 anos, agitadíssimo, agressivo, que as vezes corre pelas ruas com seu quadro de autismo.
Seu Renato, junto a filha epiléptica, que há um mês está internada na Santa Casa aguardando passar o efeito dos remédios sedativos. Nosso respeitável farmacêutico, Seu Camilo, que depois de cada dia de trabalho passa as noites ao lado do filho, cuidando de feridas que o acidente de moto provocou Dona Júlia, a cozinheira da cantina, que altas horas é acordada pelo esposo que chega aos tropeços do bar que frequenta toda noite.
Dona Margot, que passa as noites ajoelhada a um pequeno altar que tem no quarto, pedindo, mais uma vez, amparo espiritual para o filho que noites seguidas sai em busca de drogas.

E lhes disse Jesus: "Regozijem-se nesse dia e exultai, porque grande é a sua recompensa no Céu."



Nubor Orlando Facure, 76, médico, espírita, escritor, viveu o milagre de Uberaba, amigo pessoal de Chico Xavier, ex diretor e professor da Unicamp, presidente do Instituto do Cérebro de Campinas, é colaborador deste blog, recebe e-mails pelo 
lfacure@uol.com.br e tem sua página no Facebook onde também divulga o Espiritismo.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O BARBEIRO TERAPEUTA - POR RICHARD SIMONETTI


                            richardsimonetti@uol.com.br
         Freguês novo, o velhinho certamente gostou do corte. Comparecia semanalmente. O barbeiro, sensato e honesto, avisou:
         – Devo dizer-lhe que estou ganhando seu dinheiro quase sem trabalhar. Uma semana é muito pouco para retoques.


         Surpreso, ouviu a explicação do assíduo cliente:
         – Sei disso, meu amigo. Ocorre que não venho aqui apenas para cuidar dos cabelos. Quero conversar. Você é excelente ouvinte, o melhor que já encontrei. Conto meus casos, falo de minha vida, meus problemas… Não sabe o bem que me faz!
         Notável! O barbeiro funcionava para o cliente idoso como terapeuta, cuja eficiência exprimia-se na rara capacidade de ouvir.
         A formação de um psicólogo, o cuidador das almas, embora nem sempre acredite que elas existam, exige anos de estudos, pesquisas e treinamento, a fim de que se torne um profissional habilitado e competente, mas a lição básica, simples, a mais eficiente, resume-se em… aprender a ouvir! É meio caminho para pacificar o cliente e definir a natureza de seus problemas.
         Depois, com leves toques, sem a pretensão de impor princípios, ajudá-lo a escolher as melhores opções.
                                              

         O que seria de nós se ao orarmos não houvesse ninguém lá em cima com disposição para nos ouvir?! Quando nossa oração, proferida com o ardor do sentimento e o combustível da fé, eleva-se às alturas, endereçada aos poderes espirituais que nos governam, jamais encontra ouvidos, surdos aos nossos apelos.
         Se não esquecermos o espírito de submissão aos desígnios divinos, que deve marcar os contatos com o Céu, a resposta poderá não atender aos nossos desejos, mas sempre nos garantirá fortaleza de ânimo e discernimento, favorecendo o mais importante: a paz no coração.
                                               ***
         Diz Jesus, enunciando a Regra Áurea do Cristianismo (Mateus, 7:12): Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também a eles.
         Pergunto-lhe, caro leitor: Ao nos procurar, o que o familiar atribulado, o amigo angustiado, o colega de serviço preocupado, o transeunte necessitado, esperam, em princípio?
         Elementar: que favoreçamos seu desabafo. E não é só isso. Conflitos seriam evitados, pendências seriam resolvidas, se soubéssemos ouvir o outro, com a disposição em admitir que ele possa estar certo e que, não raro, estamos equivocados em nossa postura.
         Principalmente no lar, as pessoas distraem-se dessa necessidade básica dos familiares: falar e ser ouvido.


         Uma senhora tinha essa dificuldade com o marido, psicólogo às voltas com seu trabalho, sempre atento à clientela, distraído com a família. Em casa, prendia-se ao notebook, fazendo do lar uma extensão do consultório, a responder e-mails que chegavam às pencas, enviados pelos pacientes.
         Você pode imaginar o que é o drama de uma esposa que não consegue fazer-se ouvir pelo marido?  Um inferno, meu caro, para a falante alma feminina!
         Ela reclamava inutilmente. A agenda dele estava sempre cheia. Incontáveis correspondências monopolizavam sua atenção.
         Um dia começaram a chegar e-mails de uma senhora, cliente em potencial, que, residindo em pequena cidade, onde não havia psicólogos, rogava sua atenção para alguns problemas que a afligiam. Atencioso, dispôs-se a ajudá-la. Estendeu-se o contato.
Ela sempre pedindo conselhos, falando dos filhos, do marido, dos problemas domésticos. Ele orientando-a com a habitual eficiência, estudioso do comportamento humano.
         A assídua correspondente sempre agradecia por sua atenção, que lhe permitia desabafar em relação aos contratempos. Após algumas semanas e muitos e-mails trocados, ela informou que estava com viagem para sua cidade e gostaria de agendar uma consulta.
         Assim foi feito. No dia aprazado, quando a cliente entrou em seu gabinete, a surpresa. A referida senhora era a esposa.  Cansada de reclamar sua atenção, solucionou o problema, via internet.
         Está aí, amável leitora, uma sugestão interessante para esposas de maridos desatentos. Usar a internet!



 Richard Simonetti, 81, é espírita, dirigente, escritor, palestrante, um dos maiores divulgadores da Doutrina Espírita no Brasil há mais de 61 anos, tem seus canais na rede no You Tube, seu site, e sua página no Facebook Richard Simonetti, é colaborador deste blog onde escreve semanalmente.

sábado, 1 de outubro de 2016

O ESCÂNDALO, JESUS E NOSSOS DIAS - POR NUBOR ORLANDO FACURE






"Ainda hoje", Jesus acolheria da mesma forma as "Madalenas" do nosso tempo, escandalizando as convenções sociais.




É aquela mulher que se deixou iludir e precipita-se no aborto inconsequente ou recebe o filho que será criado sem pai por que o homem que a seduz, "ainda hoje" abandona a mulher como faz com um chinelo usado. 


Ele estenderá os braços para a mãe que roubou migalhas de pão para alimentar o filho Tomará pelas mãos a mulher que apanha daquele tirano que habita a mesma casa onde o prato de comida foi feito com carinho.


                                                         

Abrigará em seu manto aquela criança que ainda a pouco corria na praça e hoje está assustada com a violência do sexo lhe fez gerar prematuramente um filho que viverá da caridade alheia.
Ainda hoje, sua ceia se repetirá com as pecadoras E todos seus passos ainda passarão pela multidão de sofredores,

E "ainda hoje" ecoará pelos vales e os montes sua voz suave:




"Vinde a mim e eu os aliviarei"




Nubor Orlando Facure, 76, espírita, escritor, médico, uma das mentes mais brilhantes da neurologia Brasileira, ex professor e diretor da Unicamp, presidente do Instituto do Cérebro de Campinas, viveu o milagre de Uberaba, de Chico Xavier de quem foi amigo durante 50 anos, é colaborador deste blog, e atende pelo lfaure@uol.com.br tem sua página no Facebook Nubor Orlando Facure.