sábado, 24 de outubro de 2015

A ESPERANÇA NOSSA DE CADA DIA - POR DAVID CHINAGLIA



Estimados amigos e seguidores deste blog, amados espíritos em jornada pelo planeta terra, diz o dicionário que o significado da palavra esperança é: 

"sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa; fé, ser feliz..etc"


Certa vez me perguntaram o que é ser feliz para você, o que é confiança, e respondi saber que existe alguém ao meu lado, o que garanto aos senhores e as senhoras que foi uma resposta errada.

Vivemos tempos complexos amados, na fé, na vida social, familiar, afetiva então, estamos no olho do furacão, e estamos tirando nossas esperanças que de há muito estão perdidas.

Na verdade na busca do Mais, do tanto financeiramente, perdemos nossas esperanças verdadeiras e em nossos relacionamentos sejam amorosos, familiares de amigos,  jogamos no colo de alguém seja quem for, homem, mulher, gay, a expectativa de tornar nossas esperanças, naquilo que desejamos.

Eu vos pergunto, como alguém que não nos conhece pode nos fazer feliz, se nós mesmos não estamos nos sentindo bem, e estamos muitas vezes perdendo a esperança em nossa vida.
As vezes nos vemos buscando além, num outro companheiro, que por falta de assumirmos perante a nós mesmos que tudo que temos hoje, é fruto do que passamos por nossas escolhas.
Allan Kardec comprovou isto mediante todas as declarações do Espírito da Verdade que esteve ao seu lado com sua falange de 1855 até sua morte em 1869, e hoje passados tantos anos, séculos, ainda não aceitamos ou não entendemos.

É fato que a maioria de nós perdeu o endereço de Deus, e vive buscando lenitivos em casas espíritas, igrejas, pessoas, para transferir a responsabilidade da esperança e da felicidade nas mãos de terceiros.
Tudo depende de nós.

Alguém com cancer ou mesmo com problemas de saúde pode se imaginar curado, ou melhor só porque vai a casa espírita, que é um médium ou palavras doces são transmitidas, mesmo que sejam de Chico Xavier ou dos espíritos que atuaram com ele, eu afirmo que é claro que não.

Quando vemos alguém num templo, ou num centro, conseguir uma benesse da fé, é porque sua esperança era grande, mas, seu merecimento era maior, e eis que ela consegue, através de créditos ocultos em sua própria jornada ou na anterior, resultados.
Não é mérito de espírito nenhum, nem tão pouco de médiuns, alguns fraudulentos que jogam na fé alheia ou na que chama de obras de caridade, curar ou melhorar a vida de alguém, devolver esperanças se esta mesmo não o quiser, ou não tiver merecimento para tal.

Sim o mal, e o bem caminham lado lado, é possível que alguns centros ou médiuns atuem na vida de alguém e o ajudem, no entanto será que eles mesmos sabem o que o estão fazendo, creio que não, pois se realmente soubessem não o fariam. 

Ao dar esperança sem modificação do assistido e insistir em curas ou melhoras não conquistadas duas coisas vos afirmo, primeiro não dura muito, segundo que terão problemas iguais ou piores, agora ensinar como transformar a esperança de vida e felicidade, é somente você com seus merecimentos quem pode tornar seus sonhos realidade, suas buscas e necessidades se tornarem positivas, só você.

Claro que vivemos em sociedade e em família,  vamos ouvir todos que nos amam, mas, realizar e fazer o que sabemos que é o certo.
Não nos esqueçamos que alguns desejo da mente, as vezes perturbada em coisas materiais ou  desejos da carne, podem complicar.
Que tenhamos equilíbrio para saber o verdadeiro sentido do que é ser feliz, ou seja, que é simplesmente viver, aprender, aceitar as dificuldades, e tirar delas respostas.

Outro dia moradores de rua na sua esperança de sobreviver, faziam um peixe em cima da calçada, não havia sal suficiente, nem molhos, nem pimentas, para dar sabor, mas havia solidariedade entre os habitantes do nada, os vagantes da rua, que nem casa tem, tinham em si a esperança de que ao comer o peixe não só estariam alimentados, mas temperados pelo amor,vi ali naquele exemplo, unidade e entendimento que aquela situação não foram culpa de alguém e sim deles mesmos, e 
Eu sei que naquele que olha de fora, consegue ver naqueles seres humanos que vagam uma esperança, a de serem iguais a nós de novo, e quantos de nós temos muito mais oportunidades e estamos perdendo, eu diria que muitos.

E nós, estamos vivendo como em relação a nossas esperanças, estamos fazendo o melhor para nossa vida, ou depositando em terceiros a responsabilidade de nossa felicidade.
Tenho visto no Facebook vários professores da fé, da vida,  mas que muitas vezes trazem meias verdades a público, tentando dar algo que em muitas situações não dão para si mesmo e isto é um erro.que sendo assim deveriam enfrentar respeitosamente aquela situação, sem culpar alguém, ou mesmo Deus.

Existe dentro do movimento espírita Brasileiro, um erro clássico, a tentativa de fazer no caminho da fé, outra religião, algo que nem o codificador tentou, espelhadas nos mesmos dogmas da igreja católica, são espíritos atormentados por séculos pela igreja que nunca conseguem fazer nada sem ritos, sem santidade, sem os mesmos castigos impostos pelos seguidores do Vaticano, e isto não é ESPIRITISMO.

A cada um pela sua fé, disse o amado mestre Jesus, e pelo seu merecimento, isto é algo que temos nos esquecido se temos merecimento, ou se temos noção dos males que fizemos a terceiros.

Eu pessoalmente toda vez que vou falar ou escrever aos senhores procuro colocar a razão, e a imparcialidade nos termos escolhidos, e vos peço que na busca de sua felicidade, do seu melhor viver, procure como disse Kardec, atuar no nosso modelo e guia de conduta, que era Jesus.

Não o lado dos milagres, porém do homem de muita fé, que falou de amor, amizade, respeito, e falou de Deus sem impor dando a todos que o ouviram a certeza que era uma pessoa equilibrada.

Você pode escolher o que quiser, sem se esquecer das reações de tudo que faz, que escolhe, que pede, certa vez um escritor disse, TOME CUIDADO COM O QUE PEDES AO UNIVERSO, eu vos garanto que tudo que pensar com afinco de bom ou de ruim pode acontecer.
A profundidade do que achamos que é certo, para o que de fato é, é muito grande.

Podemos sempre nos desejar o melhor, podemos pedir o melhor, porém quando ele vier, sabermos que são nossas atitudes e não só nossas palavras que determinaram o bem e a felicidade, não podemos viver inertes sem termos merecimento, e as vezes vivermos iludidos.

Caibar Shutel escreveu: A religião não consiste num amálgama de dogmas e na proclamação de mistérios, a fé e parte da verdade que se concede aos que a procuram por ela mesma, e dada de acordo com seu grau de elevação moral.
Poderia colocar fé e esperança no texto do grande Caibar, "vencem de acordo com nossa melhora pessoal."

Jesus curou um serviçal de uma alta patente Romana, não porque era seu patrão e pedinte uma alta patente, mas porque o serviçal tinha merecimento.
Ao pedir ao Universo, a Deus, a espiritualidade, antes de reclamar se recebeu ou não, veja se tem merecimento.

O Universo sim conspira a seu favor, no entanto é preciso saber onde colocar a esperança nossa de cada dia, para que um dia não nos vejamos reclamadores de algo que não é nosso, por não termos tido a capacidade de merece-lo.


Paz e luz á todos.



David Chinaglia, 57, é espírita, pesquisador, divulgador  da doutrina espírita, palestrante e editor deste blog, seguindo o Espiritismo de acordo com a codificação de Allan Kardec.
Divulga também em sua página no Facebook, e recebe e-mails pelo davidchinaglia@gmail.com

terça-feira, 20 de outubro de 2015

OS QUE MATAM A ESPERANÇA - POR RICHARD SIMONETTI






Richard Dawkins, popular escritor de ciência britânico, professor da Universidade de Oxford, proclama em seu livro Deus – Um Delírio: A hipótese da existência de Deus é tão improvável quanto uma rocha se transformar numa pessoa.

Frase de efeito, sem maiores consequências, não fosse o fato de que meu xará é considerado um dos maiores intelectuais da atualidade, com grande poder de persuasão, a inocular o materialismo na mente de seus leitores, com argumentação aparentemente sólida sobre a inexistência de um Criador.

Digo aparentemente porquanto a razão nos diz que não há argumento capaz de se contrapor à resposta do mentor espiritual, questão número 4, em O Livro dos Espíritos.






Pergunta Kardec: Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? Resposta: Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão vos responderá.

Comenta Kardec: Para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pode fazer alguma coisa.

Perfeito! Que o Universo é um efeito inteligente não padece dúvida, tanto que muitos cientistas e filósofos o veem como uma grande máquina de funcionamento impecável. Forçoso, portanto, admitir um Criador, um artífice, assim como o relógio impõe a existência do relojoeiro.





O curioso é que a própria teoria evolucionista de Darwin, que Dawkins nos enfia goela abaixo para justificar seu ateísmo, confirma a existência de Deus. Há que existir uma inteligência por trás dessa prodigiosa, inconcebível façanha de fazer surgir a Vida na Terra, a partir de reações químicas em compostos primários, a multiplicar-se em incontáveis espécies animais e vegetais, evoluindo sempre, culminando com o aparecimento do Homem, o ser pensante. 


– Ah! – dirá o materialista – tudo está em a Natureza, obedecendo às leis que a regem.

Raciocínio torto, leitor amigo. Admitindo que haja leis que regem a Natureza, pergunta-se: quem as instituiu? Quem as sustenta? É só usar o bom senso para perceber que a presença de um Criador se impõe, por mais sofisticados sejam os raciocínios dos que pretendem justificar a existência do ovo sem a galinha, do Universo sem Deus.

O grande problema é que, como diz a sabedoria popular, para aquele que crê nenhuma prova é necessária; para o que não crê, nenhuma prova é suficiente.


E na medida em que a Humanidade segue pelo perigoso caminho da Ciência sem Deus, amplia-se o número dos que afundam no materialismo, com perturbadora concepção de que a vida termina no túmulo.

Isso é péssimo. Sem a consciência de que há um Ser Supremo, infinito em seus atributos, que tudo vê e tudo pode, a premiar nossas virtudes e corrigir nossos desvios; sem a certeza de que a vida projeta-se além da sepultura, na dimensão espiritual, não há por que cultivar virtudes e conter mazelas. Melhor cuidar da satisfação do presente, sem cogitar de consequências futuras.

E se a vida se complica, problemas se avolumam, dores se instalam, a solução simplérrima: Mate-se! Os índices crescentes de suicídios que preocupam os governos no mundo todo têm, em boa parte, sua origem nessas concepções materialistas.




Os resultados são danosos, como testemunham infelizes suicidas que se manifestam nos Centros Espíritas, a lamentar seu gesto desastroso. A bênção da Vida não é gratuita. O instinto de conservação sinaliza elementar dever: permanecermos vivos sejam quais forem os obstáculos e dissabores do caminho.

Quando chegar sua hora, quando convocados à prestação de contas na Espiritualidade, intelectuais como Dawkins experimentarão amargo arrependimento por matarem a esperança que mantinha vivos corações desalentados que entraram pela porta falsa do suicídio, a precipitá-los em dores mil vezes acentuadas.




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Richard Simonetti, 81, é espírita, escritor, palestrante, dirigente, um dos maiores divulgadores da doutrina espírita nos preceitos da codificação de Allan Kardec, tem participações em jornais, rádios, TV, e colabora com o blog, no Facebook divulgação no endereço Richard Simonetti, convidamos para assistir semanalmente no You Tube, o programa  “Cinco minutos de Espiritismo”. Temas de atualidade com Richard Simonetti

https://www.youtube.com/watch?v=WfQJKi-7XmU













domingo, 18 de outubro de 2015

KARDEC, O PENSADOR - POR HERMINIO C. MIRANDA





Não se pode medir a importância e profundidade das ideias dos pensadores pelo êxito que alcançam ao publicar as suas obras. Alguns sistemas filosóficos passam por um período mais longo ou mais curto de hibernação até que consigam despertar a atenção e o interesse dos leitores. Outros, que parecem surgir vitoriosos, fenecem com o tempo e cedem a praça a novos sistemas fascinantes à fantasia do homem na sua busca interminável da verdade.

Existirá alguma lei que determine ou que, pelo menos, explique essas variações de êxito dos sistemas filosóficos? Parece que há. Para início de conversa, creio poder afirmar-se que o êxito, em termos humanos, é uma componente quantitativa mais do que qualitativa. Em outras palavras: o sucesso é alcançado por aquele que consegue interessar o maior número de pessoas e não pelo que tem o melhor sistema, a melhor peça teatral, o melhor romance, a mais bela sinfonia. Por conseguinte, podemos também concluir que o êxito mundano de um sistema filosófico depende da sua sintonia com o pensamento dominante de cada época. Dando um passo mais à frente, parece legítimo afirmar, em consequência, que pensador de êxito é aquele que consegue interpretar e traduzir o sentimento e as tendências dominantes da sua época, ou, por outra, que se afina com o estágio evolutivo das maiorias. Isto vale dizer que cada época tem os filósofos que merece.

Não é difícil de demonstrar a tese. Pelas tendências da sociedade moderna, podemos facilmente inferir os tipos predominantes de pensadores e seus sistemas. E que vemos? Uma esmagadora maioria humana sem rumo, num esforço desesperado para libertar-se dos conceitos fundamentais da moral que, embora nem sempre bem observados, constituíram as bases de tudo de positivo e construtivo que se realizou ao longo dos séculos. Aquilo a que hoje assistimos é a busca desordenada da liberdade total, impossível em qualquer sociedade organizada. Assistimos à procura do prazer a qualquer custo. E vemos apreensivos a repetição de épocas dramáticas do passado, quando aprendemos, através da História, que a fuga desesperada na direção do gozo inconsequente é também uma fuga para longe de Deus.

O homem das megalópoles supercivilizadas é um ser sem rumo, tão frágil na sua aparente segurança, tão abandonado aos seus próprios recursos humanos, que não aguenta uma hora de solidão; quer estar cercado de ruídos, de risos – ainda que falsos –, de alegria – ainda que contrafeita –, de movimento – mesmo que arriscando a vida. Mas que é a vida para esse homem, senão apenas o prazer de viver? Existir é a ordem do dia; não importa como, nem porque, nem para que: o importante é existir pura e simplesmente, seguindo cada qual as suas inclinações e preferências, fazendo o que bem entender, com o mínimo possível de responsabilidade pessoal e social – apenas o necessário para garantir a sobrevivência do corpo. Também, se o corpo morrer, não tem grande importância, porque tudo termina mesmo com a morte… E quanto aos ruídos, os risos, a alegria e os movimentos não conseguem anestesiar suficientemente os sentidos, apela-se para o atordoamento produzido pela bebida e pelas drogas.

Dirá o leitor, algo alarmado, que esse é um retrato pessimista e exagerado da civilização moderna. Talvez seja exagerado; pessimista não, porque nem toda a humanidade está assim contaminada, graças a Deus. Dentro dela grupos humanos equilibrados lutam por dias melhores, aparentemente bradando no deserto, mas semeando a esperança do futuro, preocupados com a alucinação do presente, mas certos do funcionamento inevitável das leis divinas que atuarão no devido tempo para introduzir as correções necessárias.

Enquanto isso não ocorre, porém, é aquele o espetáculo a que assistimos. E do meio do tumulto universal da insatisfação humana, que filosofias e que pensadores vemos medrar vigorosamente e alcançar o sucesso? Jean Paul Sartre e sua companheira Simone de Beauvoir, Camus, e até Gabriel Marcel, que pregam a ausência de Deus, o absurdo da existência, a liberdade total para o homem escolher o seu próprio destino. São os papas e cardeais do existencialismo, uma corrente de pensamento que só cuida do simples fato de existir; o resto não importa, pois, segundo eles, a vida não tem mesmo explicação, nem finalidade, nem sentido.

No campo da teologia, temos os pensadores da chamada teologia radical. São eles William Hamilton e Thomas J. J. Altizer, que se dizem teólogos – e luteranos! – de uma teologia sem Deus. Para eles, Deus morreu. Para eles, não há mais, na sociedade moderna, lugar para Deus. A humanidade precisa aprender a viver sem Deus. Pregam uma das grandes contradições do século, ou seja, o ateísmo teológico. Repetem as palavras de outro luterano famoso – Dietrich Bonhoeffer, executado pelos nazistas já ao fim da Segunda Guerra, que assegurava ser perfeitamente possível viver sem Deus, sem desespero e sem complexos de culpa.

No campo social vamos encontrar Herbert Marcuse, o profeta do caos, que, com sua interpretação freudiana da História, deseja ver liberados todos os instintos porque, segundo ele, o processo civilizador tem sido uma sucessão de repressões. Por outro lado, numa contradição que nós, pobres mortais, não entendemos muito bem, receita a liberdade excessiva que transformaria a Terra num inferno. Suas doutrinas são tão nebulosas quanto sua linguagem hermética, quase iniciática.

Aliás, os pensadores do nosso tempo – filósofos, teólogos e uma boa parte dos cientistas – não escrevem mais para o grande público, gente como você e eu: ao contrário, usam uma linguagem difícil, quase impenetrável ao entendimento daqueles que não tiveram muito treinamento para isso. Praticamente escrevem apenas para seus companheiros do mesmo ofício. Procurem ler, por exemplo, “Eros e Civilização” ou “Ideologia da Sociedade Industrial”, de Marcuse, e observem bem como é pequena a quantidade de ensinamentos que se consegue filtrar daquela terminologia agreste e abstrata.

São esses, no entanto, os guias atuais da inquietação humana, os orientadores dos que ainda não encontraram seus caminhos. São os que se afinam com as tendências da época.

Não criaram propriamente um sistema; apenas converteram em palavras as angústias e a desorientação da época em que vivem. E por estarem em sintonia com a sua época, com a sua gente e com o estágio evolutivo dessa gente, alcançam o êxito mundano, passam a ser os pensadores da moda.

Enquanto isso, doutrinas amadurecidas e puras como o Espiritismo esperam a sua vez. Esperam que a humanidade as alcance, porque, pela sua maturidade, exigem certo grau mínimo de maturidade de seus adeptos. Por isso, Allan Kardec continua ignorado nas universidades, nos estudos de filosofia, nas histórias do pensamento humano. Apesar da celeuma que levantaram as ideias que ajudou a trazer para o mundo, foi também ignorado em sua época – não estava em sintonia com as maiorias de então.

Ao nascer Allan Kardec em 1804, a França acabava de emergir das crises e das agonias da Revolução Francesa. Brilhava o astro napoleônico e se ensaiava uma reconstrução da sociedade em novas bases, aproveitando o racionalismo, o cientificismo. Quase que junto com Kardec, com uma diferença a mais de seis anos, nasceu também Augusto Comte, o filósofo do Positivismo, doutrina escorada na frieza do fato observado. Fora da observação direta dos sentidos humanos, nada era digno de especulação – estava na área da metafísica. Nessa filosofia também não havia lugar para a sobrevivência do Espírito, nem para Deus. O “Curso de Filosofia Positiva” foi publicado entre 1830 e 1842 e o “Sistema de Política Positiva”, de 1851 a 1854. É praticamente a época em que Kardec começou a se interessar pelo fenômeno das mesas girantes, de tão tremendas consequências.

Em 1857, quando faleceu Comte, surgiu também “O Livro dos Espíritos”. O Positivismo era uma doutrina vitoriosa, porque respondia às tendências principais da especulação da época. O racionalismo frio dos enciclopedistas era ainda recente e deixara profundas marcas nos Espíritos. Comte trabalhara ativa e demoradamente esse terreno fértil e parecia realmente sintonizar-se com as correntes dominantes dos intelectuais contemporâneos. Suas doutrinas se espalharam pelo mundo, e aqui no Brasil, terra tão generosa para as ideias novas, viriam influenciar os homens que lançavam as bases da República. No entanto, apesar de todo o seu idealismo, do sentido humano, e da predominância da moral, faltou à doutrina de Comte o sentido superior da existência. Para ele, eram estéreis as especulações em torno do Espírito e da ideia de Deus, que nem mesmo como hipótese de trabalho entrava nas suas cogitações. Depois da partida dos Espíritos encarnados que lhe davam ressonância, o Positivismo decaiu no interesse daqueles que se ocupam da discussão de ideias.

Com Kardec está acontecendo o contrário: estão chegando os Espíritos que reconhecem nas suas ideias a marca da Verdade. Já naquela época, a despeito da tremenda oposição que encontrou, conseguiu semear largamente a sua seara. Sabia que a colheita não iria ser imediata, nem espetacular, porque apenas uma fração da humanidade estaria madura para aceitar a sua pregação, mas que importa isso para aquele que tem a certeza de estar ao abrigo da Verdade?

Uma pergunta poderá, no entanto, surgir da parte de alguém: Foi Kardec um pensador, um filósofo no sentido em que conhecemos a palavra? A resposta é: Positivamente, sim. Sua obra pode ser dividida em duas partes distintas: uma, a que escreveu, por assim dizer, a quatro mãos com os Espíritos – “O Livro dos Espíritos”; outra, a que escreveu ainda com evidente assistência espiritual, mas com seus próprios recursos e ideias que assimilara no trato dos problemas transcendentais que haviam sido colocados no primeiro.

A muito leitor desavisado poderá parecer de pequena monta o trabalho individual, pessoal, de Kardec na elaboração de “O Livro dos Espíritos”, mas não é isso que se passou. Imagine-se um de nós, o leitor ou eu, diante da tarefa. Sabemos apenas que nos incumbe escrever, com a colaboração dos Espíritos, uma obra de extraordinária importância.

É, porém, extremamente cautelosa a colaboração dos Espíritos. A princípio nem mesmo dizem que a tarefa consiste em escrever um livro para instrução do mundo nas coisas espirituais. Não dizem que feição deve ter o trabalho, a que roteiro deverá obedecer. Guiado apenas pelo seu bom senso e pela sua sadia e viva curiosidade, Kardec vai fazendo as perguntas sobre aquilo que lhe interessa conhecer. A princípio – confessaria mais tarde – desejava apenas instruir-se na exploração daquele mundo maravilhoso de conhecimentos que se abria diante dele. O assunto o fascinava, porque lhe trazia respostas a perguntas que até então haviam ficado sem solução no seu espírito. Daí por diante, tudo se aclarava: Deus existia realmente, como existia o Espírito. Este sobrevivia, preexistia e se reencarnava. Os “mortos” se comunicavam com os “vivos” e o universo todo era regido por leis morais flexíveis mas iniludíveis. Cada um tinha a responsabilidade pelos seus atos, recompensas pelas suas vitórias, responsabilidades pelas suas falhas. Os seres, como os mundos, eram organizados em escala hierárquica de valores, onde predominavam as leis simples da moral. A teologia ortodoxa estava toda ela precisando de uma total reformulação nos seus conceitos mais queridos, mais essenciais. Não havia inferno, nem glórias eternas, ao cabo de uma única existência terrena.

Tudo isso surgia das suas conversas intermináveis com os Espíritos. Só o decorrer do tempo e a acumulação das respostas é que lhe vieram mostrar que perguntas e respostas tinham uma estrutura que lhes era própria e adquiriam a feição de um livro que ele resolveu dar à publicidade, pois que se ele aprendera ali tanta coisa útil, embora totalmente revolucionária, era necessário transmitir tais conhecimentos aos seus semelhantes.

E assim surgiu, em 1857, “O Livro dos Espíritos”, obra básica, vital ao entendimento de toda a filosofia espírita. Pela primeira vez rasgavam-se os véus que ocultavam a Verdade. Pela primeira vez se escrevia uma obra reveladora de tão profundos conhecimentos, em linguagem singela, ao alcance de qualquer pessoa. Bastava saber ler ou saber ouvir o que alguém lesse.

Mas não parava ali a tarefa do grande missionário. Era preciso prosseguir, extraindo da nova doutrina as consequências que ela acarretaria sobre os demais ramos do conhecimento humano. Podemos imaginar Kardec a fazer a si mesmo algumas perguntas. Como ficaria a doutrina evangélica de Jesus, diante daquelas ideias? E a Ciência? E a religião dita cristã? Como funcionava essa estranha faculdade a que deu o nome de mediunidade? Dessas perguntas, surgiram os demais livros da sua obra.

E assim, de 1854, quando, aos 50 anos de idade, Kardec se interessou pelo fenômeno das mesas girantes, até 1869, quando regressou ao plano espiritual, decorreram os 15 anos libertadores que a humanidade ainda não aprendeu a reconhecer pelo que realmente valem e pelas influências cada vez maiores que vão exercer no futuro.


 

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Hermínio C. de Miranda, viveu 93 anos, foi um dos maiores escritores, e pensadores Espíritas, médium, e dirigente espírita. nasceu na cidade de Volta Redonda em 05 de Janeiro de 1920, morreu no Rio de Janeiro em 08 de Julho de 2013, autor de uma das grandes obras da doutrina, Diálogo com as Sombras. Ao todo foram mais de 40 títulos, estudou profundamente e divulgou a doutrina, e temas profundos como a Regressão, se tornou espírita declarado em 1957 após analisar profundamente que tudo que Allan Kardec escreveu era verdade investigou, pesquisou, foi MAGNETIZADOR, ciência a qual estudou profundamente para qualificar o aprendizado Kardec, também tem um estudo completo da mediunidade pelo autismo, teve posições claras da doutrina, escrevia na revista o Reformador, e este texto vem do arquivo desta Revista da Federação Espírita Brasileira de Março de 1969, foi cedido como colaboração para divulgação da doutrina espírita no Brasil.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

MISSÃO 573 - Por Orson Peter Carrara



A importante questão 573 de O Livro dos Espíritos, que indaga qual a missão dos espíritos encarnados, apresenta como resposta, em síntese didática que a missão é a) Instruir os homens; b) ajudar seu progresso; c) melhorar suas instituições. 

A resposta, que se amplia em outras valiosas considerações, em sua primeira frase – como acima apresentada – abre notável margem de reflexões, onde podem ser acrescentados exemplos variados do cotidiano humano, considerando as profissões e outras áreas não necessariamente remuneradas, em que toda pessoa pode atuar. Assim como as demais questões da citada obra básica, os textos e seus ensinos favorecem ampliação do raciocínio.








O Espírito André Luiz, por meio da mediunidade de Antônio Baduy Filho – médico nascido em Ituiutaba (MG) –, apresenta no livro Vivendo a Doutrina Espírita, em 4 volumes, comentários para as questões de O Livro dos Espíritos. É obra muito didática, facilitadora ao estudo, entendimento e ampliação do conteúdo das questões que compõe a citada obra básica. A edição é do IDE. Nela fomos buscar o comentário do conhecido autor espiritual para a questão 573, que citamos no início da presente abordagem. Comenta o espírito no capítulo 305, justamente com o título Missão, às páginas 36 e 37 do volume 3:


“Qualquer que seja sua posição na experiência física, faça o melhor
Governante? Promova o bem comum.
Cidadão? Respeite as leis. 


Professor? Ensine o que sabe.
Aluno? Aproveite o tempo.

Artista? Dignifique a arte.
Negociante? Tenha consciência.
Magistrado? Julgue com justiça.
Lavrador? Proteja o ambiente.
Atleta? Seja solidário.
Músico? Honre o talento.
Médico? Atenda com bondade.
Autoridade? Aja com bom senso.


Vivendo sempre o bem e sendo útil ao próximo, tenha a certeza de que você cumpre a missão mais importante.”


Parece-nos extremamente importante pensar nisso nesses tumultuados dias da realidade humana, frente aos desafios diários e a necessidade da melhora pessoal.





Orson Peter Carrara, é escritor espírita, palestrante, dirigente, divulgador da Doutrina Espírita de acordo com a codificação de Allan Kardec, possui várias páginas na internet, escreve em vários sites, tem sua página no Facebook como Orson Carrara, é colaborador deste blog.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ALEGRIA DE VIVER - POR RICHARD SIMONETTI





richardsimonetti@uol.com.br



Eu vivo muito alegre, muito feliz, tenho sempre muita gente em volta de mim, muita gente na minha vida. É disso que eu gosto.

Essas observações de Chico Xavier, singelas, mas de significado profundo, resumem uma filosofia de vida. Merecem nossa apreciação, em empenho por destrinchar seu conteúdo.

Eu vivo muito alegre, muito feliz…


Como definir se uma pessoa está alegre ou triste?

Pelos olhos, dirá o amável leitor. É verdade. Proclamam os poetas que os olhos são janelas da alma, exprimindo nossos estados de ânimo.

Olhos tristes – alma sofrendo.

Olhos risonhos – alma em festa.

Olhos duros – alma de pedra.

Olhos ternos – alma sensível.

Atrevo-me a considerar, contrariando, talvez, o senso comum, que poucos são capazes de identificar a sinalização dos olhos.

Fica mais fácil se observarmos a moldura – os lábios. Lábios abertos, sorriso franco, falam de alegria, tanto quanto, se apertados, expressão sofrida, sinalizam tristeza.

Algo curioso: o riso tanto pode emoldurar a alegria da alma, refletida nos olhos, quanto pode converter-se em caminho para ela. 



Para que você não imagine que o calor esquentou-me os miolos, dificultando o exercício da razão, aqui vai um exemplo: se está aborrecido, diante das agruras que lhe surgiram pelo caminho, coloque-se diante do espelho e sorria para si mesmo, riso aberto, dentes à mostra, ainda que contrariando uma vocação para a amargura.

Grande parte da tristeza que o oprime se dissolverá, como num passe de mágica, principalmente se for capaz de rir não para si, mas rir de si, considerando quão ridícula é a carranca que emoldura nossas contrariedades.

Como todo Espírito superior, Chico Xavier sempre ressaltou suas alegrias e amenizou suas tristezas, sorrindo, falando de coisas engraçadas, cultivando bom ânimo.

Quanto à felicidade, é elementar que se trata de um estado de espírito positivo, o clima interior de quem gosta de viver.

Família pobre, dificuldades financeiras, doenças, limitações físicas, tudo isso Chico experimentou. Poderia, como costuma acontecer, adotar uma postura negativa, proclamando-se negligenciado por Deus. Isso jamais aconteceu, porque, como todo Espírito superior, ele sabia separar a adversidade da felicidade.

A adversidade configura, geralmente, uma imposição da existência, neste planeta de provas e expiações onde não há inocentes. Todos temos contas a saldar, envolvendo comprometimentos do passado.

Enfrentam adversidades mesmo Espíritos quitados com a Lei que por aqui transitam para ensinar, não para aprender; para doar, não para resgatar; para semear flores, não para colher espinhos.

Situam-se como o nadador que fatalmente se molhará ao mergulhar no rio para resgatar alguém que não sabe nadar.





Já a felicidade, não está subordinada aos aspectos exteriores da existência. Vincula-se às conquistas da Alma. É possível ser feliz, apesar do sofrimento, tanto quanto há gente infeliz, mesmo quando a Vida atende às suas solicitações. Muito mais do que causa de infelicidade, o sofrimento pode ser a sua consequência. Julgar-se infeliz por sofrer costuma exacerbar os ais existenciais.

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Para completar, Chico informa porque é feliz:

Tenho sempre muita gente em volta de mim, muita gente na minha vida. É disso que eu gosto.

Não basta sorrir para nós ou de nós, se cultivamos a solidão. Ela é porta aberta para a infelicidade, porquanto somos seres eminentemente sociais, criados para a convivência social.

Mas também não basta ter gente por perto. Há pessoas profundamente solitárias em meio à multidão.

Para nos integrarmos é preciso nos comuniquemos. E a melhor forma de comunicação é o sorriso a iluminar a Alma, quando nos vinculamos ao esforço da fraternidade, à prática do Bem.

Nisso Chico era campeão. Por isso era feliz.






Richard Simonetti, 81, espírita, escritor, palestrante, mais de 60 nos dedicados a divulgação, esclrarecimento da Doutrina Espírita no Brasil de acordo com  codificação de Allan Kardec, tem sua página em Facebook e recebe e-mail pelo endereço acima citado na abertura texto, é colaborador deste blog,.

sábado, 3 de outubro de 2015

211 ANOS DE ALLAN KARDEC O CODIFICADOR DA DOUTRINA ESPÍRITA


3 de Outubro, data significativa para a Doutrina Espírita Mundial, neste dia na cidade de Lyon,França, em 1804 nasceria o homem que mudou na era pós Jesus os conceitos de quem somos, de onde viemos e para onde vamos.,




Hippolyte Léon Denizard Rivail 



Durante sua vida se manteve fiel aos conceitos que iria adotar, foram 64 anos de vida no planeta terra, educador, autor e tradutor Frânces, se tornou discípulo de Johann Heinrich Pestalozzi, se tornando um dos pioneiros em pesquisa de fenomenos paranormais, foi notabilizado pela codificação e pela criação do nome DOUTRINA ESPÍRITA, dando sequência ao anúncio feito um dia por Jesus, conversou via médiuns com o espírito da verdade se tornando o maior dirigente espírita da história, fundou a mais influente revista espírita do planeta, A Revista Espírita.

Para escrever as obras espíritas, uma vez que em sua época 1853 quando começou as pesquisas as investigações eram condenadas pela Igreja Católica, INADEQUADAS, onde aliás Rivail, teve formação religiosa Familiar, adotou o pseudonimo Allan Kardec.

Deixou claro publicamente que o fazia para separar das obras e trabalhos pedagógicos que escreveu para a Educação da França, aliás até hoje são utilizados fundamentos do espírita com seu nome de batismo, Rivail.

Os Pais de Hippolyte eram de tradição na magistratura e na advocacia, Kardec (Rivail) desde jovem mostrou seu interesse no estudo das ciências e da filosofia sua família e amigos de seu pai conseguiram os estudos na famosa Escola de Pestalozzi no Castelo de Yverdon, na linda cidade Yverdon-les-bains na Suiça, que e um País de maioria Protestante se tornou um dos mais distintos alunos e ativo propagador de seu método que teve enorme influência no ensino da França e da Alemanha. Kardec aos 14 anos de idade dava aula aos colegas menos adiantados criando cursos gratuitos com 18 anos anos se tornou bacharel em Ciências e Letras.

Quando terminou os estudos o jovem Rivail de volta a França já eximio conhecedor da língua Alemã, traduziu para este idioma, diferentes obras de moral e de educação com destaque para as obras de François Fénelon, que sempre lhe chamou atenção.

Fora o Francês e o alemão, Kardec dominava o Inglês e o Holandês, assim como Italiano e Espanhol, foi membro de diversas sociedades acadêmica.
Era membro de diversas sociedades acadêmicas, entre elas o Instituto Histórico de Paris e a Academia Real de Arras; onde venceu vários concursos.

Em 06 de Fevereiro de 1832 casou-se com Amélie Gabrielle Boudet, antes disto em 1824, quando voltava á Paris, publicou um plano de apérfeiçoamento ao ensino público, e dois anos após casar-se com apoio da esposa veio a lecionar sobre obras da Educação e se tornou membro da Real Academia de Ciências Naturais. 

Kardec adotou um manual de Aritmética que foi adotado por décadas nas escolas da França, assim como de Astronomia, também foi criador de um quadro de mnemônico da História da França que ajudava os estudantes a memorizar as datas dos acontecimentos com maior expressão e as descobertas de cada reinado do País.


Foi ao longo de sua jornada de vida professor de Química, Astronomia, Física, Fisiologia, Retórica, Anatomia Comparada e da Lingua Francêsa.
Importante dizer que se tratava de um que encarnado na Terra tratou de evoluir, para ensinar, se um dia tivesse uma reencarnação jamais a mesma seria de caráter involutivo, ou seja, sendo alguém que tivesse menos conhecimento do que ele obtivera em seu tempo, afirmação esta que não era dele, e sim do espírito da Verdade que através dos médiuns coordenados por Rivail, escreveram a base da doutrina espírita no planeta Terra.


No Brasil alguns fanáticos insistir em ligar o espírito de Kardec a outros médiuns que passaram pela Terra algo que pode ser considerado sandice doutrinária, ou falta de conhecimento.

A CODIFICAÇÃO 

Como consta em Obras Postúmas, escrito por Léon Denis, Camille Flamarion e Amélie Bourdet sua esposa, baseado em suas anotações, e editado após sua morte, foi no ano de 1853/1854, que já conhecedor do Magnetismo o professor Rivail, tratou do assunto da época conhecido como mesas girantes, ao lado do grande amigo Fortier também um magnetista.
Kardec passou procurar entender o que de fato ocorria, num primeiro momento os eventos eram como hoje em muitas casas espíritas no Brasil, fraude nas comunicações, e por isto Kardec queria entender melhor, viajando a várias casas onde se praticava as reuniões onde se produziam tais fenômenos.


No ano de 1854, aprofundou suas pesquisas com base no magnestimo animal, e teve contato pela primeira vez com espíritos que lhe indicaram as cartas como um dos caminhos, Rivail já estudara o sonambulismo dentro do magnetismo e com isto obteve dados e informações do que teria que realizar, foi a partir da mediunidade que se chama psicografia que se melhorou as comunicações.


Informado pelos espíritos que vivera no tempo das Gálias com o nome de Allan Kardec, para não misturar assuntos passou a assinar matérias em importantes jornais sobre o tema espiritismo, com este nome.e assim passou a se comunicar com os espíritos. 


Foi ao lado do Espírito da verdade, e de outros, que Kardec escreveu a obra base da doutrina, trata-se de um livro onde ele fez as perguntas de real interesse, com muita disciplina, foram mais de 3.000 questões abordadas, e apenas 1018 selecionadas.



Kardec sempre firme e sóbrio como determinaria que o dirigente espírita deveria ser, negou-se a publicar algumas respostas por entender que a forma que fora dito traria dúvidas na Humanidade, pedia aos espíritos que entendessem que nem tudo o ser humano pode saber de tudo até que se prepare para tal fato.



Toda a estruturação do Espiritismo como conhecemos foi formatado por Allan Kardec, ele estruturou a proposta de compreensão da realidade, quando tomou conhecimento que nas comunicações verdadeiras as respostas vinham de espíritos, integrou tudo aos conhecimentos científicos, filosóficos e moral com o objetivo de lançar sobre um olhar real do Mundo que vivemos e de onde viemos.


Em 18 de Abril de 1857 publicou a primeira versão do LIVRO DOS ESPÍRITOS, marco da doutrina Mundial, em 01 de Janeiro de 1858, o primeiro centro espírita do Mundo , ou seja, uma sociedade espírita regularmente constituída, surgiu em Paris França, com o nome de SOCIEDADE PARISIENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS.


Logo após escreveu a obra O QUE É O ESPIRITISMO, que segundo ele daria maior entendimento a obra inicial, que no Brasil foi relegado por milhares de centro espíritas, por ir de encontro a interesses Tupiniquis em relação a doutrina, mesmo assim hoje é um dos "novos sucessos" já que tudo que Kardec anotou está em pleno acontecimento, e esta obra em especial voltou a ser lida.


Kardec editava as obras com recursos próprios, com ajuda de amigos, e da Maçonaria onde o Francês também esteve presente assim como seu pai.


Kardec não teve filhos, teve em sua vida inúmeras dificuldades financeiras trazidas por um familiar que lhe tomou vultuosa quantia emprestada e não ressarciu o codificador.


Na sequência em 1861, Kardec escreveu a mando dos espíritos, a obra o Livro dos Médiuns, e como determinaram os espíritos, todo médium que praticasse a comunicação com a vida além da dimensão da terra deveria seguir as bases neles contidas.


Em 1864 editou O Evangelho segundo o Espiritismo, obra que deveria ser de apoio para se estudar os relatos, jamais em toda sua vida Kardec disse que o Espiritismo deveria se tornar uma religião, para não incorrer nos erros das mesmas, algo que só viria a acontecer no Brasil.


Em 1865, a obra o Céu e o Inferno, traria comunicações, expostas na Revista Espírita e em muitas sessões onde o dirigente foi Kardec, com relatos fortes e agudos davam uma noção do que seria a vida após a morte.


Em 1868, os espíritos determinaram o ano da publicação de A Gênese, com revelações cientificas, considerados por alguns como o mais dificil livro de entendimento, já colocou vários fatos que aconteceram em evidência e com explicações claras, do que somos nós.


Ainda encarnado Kardec escreve obras que no Brasil foram chamadas de secundárias, no entanto é de suma importância para a compreensão total da codificação, como o Espiritismo em sua comprensão mais simples de 1862, Viagem Espírita do mesmo ano, o principiante espírita, dentre outras anotações, Kardec sempre falou da importância de se estudar A Revista Espírita, algo que no Brasil foi pouco difundido, e que nos deu base para entender muitas coisas.


Rivail viria a falecer em Paris, em 31 de Março de 1869, quando se preparava para escrever uma obra que seria notificada, porém vinha dormindo apenas 3 horas por noite, se doando 22 horas aos estudos e conhecimentos, o que abalou sua saúde, avisado pelos espíritos que os mesmos não podem interferir no funcionamento do corpo humano, teve um aneurismo cerebral, como muitas coisas sua morte no Brasil teve poucos fatos relatados, mas, na França se encontra detalhes de observações dadas pelos imortais ao codificador, que jamais cedeu aos encarnados na regra base desta doutrina que é estudo, disciplina.
Foi um escolhido pois a obra base não podia ter fanatismo, santidade, nem idolatria, coisas que Kardec jamais permitiu, os nomes de médiuns não eram divulgados, e sim o trabalho, a base, as questões de cura, fé, e ciência eram tratadas com imparcialidade, sem que dúvidas ou crenças pessoais ou mesmo a grande vaidade humana intervissem, foi sem dúvida a base do que cremos, e a continuação em tempos modernos do que Jesus pregou, Kardec será lembrado para todo o sempre, como o homem que abriu o portal oficialmente para a Verdade, jamais chamou para si, créditos e tudo o que foi escrito foi o relato fiel do que lhe foi lhe passado, sendo um editor, repórter, mediador, com o que disse o espírito da verdade ser o correto, EQUILÍBRIO E CONHECIMENTO, ninguém ajuda alguém se este mesmo alguém não se ajudar, e que milagres não eram a função da doutrina espírita, poderiam ocorrer por méritos, jamais por obrigação, tratou Jesus como modelo e guia, sem fanatismo e por si só há 211 anos atrás, o MUNDO JAMAIS SERIA O MESMO.







"A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação." (Allan Kardec)